Você já ouviu por aí que vacinas causam autismo? Pois é… esse é um dos mitos mais perigosos da história recente da saúde pública — e, felizmente, já foi desmentido por inúmeros estudos científicos sérios.
Inclusive, falamos disso neste texto sobre o “Abril Azul: conscientização e apoio às pessoas com Transtorno do Espectro Autista” (Spoiler: não existe nenhuma relação entre vacinas e o desenvolvimento do autismo).
Mas, infelizmente, esse é apenas um dos muitos mitos que ainda cercam a vacinação e colocam vidas em risco no Brasil. A preocupação se intensifica quando lembramos que o país enfrentou uma queda nas coberturas vacinais a partir de 2016 — elevando o risco de reintrodução e surtos de doenças que já estavam controladas.
Embora essa tendência tenha começado a ser revertida, com avanços registrados na imunização infantil nos últimos anos, os níveis nacionais ainda permanecem abaixo das metas ideais.
Por isso, vale repetir com todas as letras: vacinar é proteger! E não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos e gestantes. Cada fase da vida tem seu calendário vacinal e segui-lo rigorosamente é um ato de cuidado consigo mesmo e com a saúde coletiva.
Por que a vacinação é tão importante?
Se você acha que doenças como sarampo, rubéola ou paralisia infantil ficaram no passado, é porque as vacinas estão cumprindo bem o seu papel.
É importante reforçar: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas são uma das ferramentas mais eficazes que temos para cuidar da nossa saúde e da saúde de quem está ao nosso redor.
A imunização garante:
- Proteção contra doenças graves e muitas vezes fatais;
- Redução da disseminação de vírus e bactérias;
- Prevenção de surtos e epidemias.
Ou seja, vacinar é um ato de cuidado com você, sua família e toda a comunidade. Quando uma grande parte da população está imunizada, o vírus ou bactéria encontra mais dificuldade para circular — o que chamamos de imunidade coletiva ou de rebanho.
Isso significa que, ao se vacinar, você não protege apenas a si mesmo, mas também pessoas que, por algum motivo, não podem se vacinar, como bebês muito pequenos, pacientes imunossuprimidos ou pessoas com alergias a componentes das vacinas.
A lógica é simples: quanto mais gente vacinada, menor a chance de surtos epidemiológicos e maior a segurança para todos.
Isso garante inúmeras vidas salvas no planeta por ano. Só nas Américas, cerca de 175 mil mortes de crianças com menos de 5 anos são evitadas todos os anos graças à vacinação, segundo dados da OMS.
Estamos no caminho certo! A boa notícia é que, em 2024, o Brasil avançou na imunização infantil e saiu da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas no mundo. O dado é da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Mas… as vacinas são mesmo seguras?
Sim! Todas as vacinas passam por testes rigorosos antes de serem aprovadas. Os efeitos colaterais mais comuns são leves e passageiros — como dor no braço ou febre baixa. Efeitos mais graves são extremamente raros.
Antes de qualquer vacina ou medicamento chegar até você, é preciso que ele passe por uma avaliação minuciosa feita pela Anvisa. O processo segue critérios estabelecidos pelas Boas Práticas de Avaliação da OMS e só é aprovado quando os estudos científicos comprovam que os benefícios do produto superam os possíveis riscos.
Em caso de dúvida, procure seu médico. Informação de qualidade e orientação profissional são aliados indispensáveis para a adoção de boas práticas em saúde.
Tem idade certa para se vacinar?
Sim! Cada fase da vida tem vacinas específicas e igualmente importantes:
- Gestantes: Difteria, Tétano, Coqueluche, COVID-19 e Hepatite B;
- Ao nascer: Tuberculose e Hepatite B;
- Primeiro ano de vida (até 11 meses): Difteria, Tétano, Coqueluche, Poliomielite, Meningite, Doença pneumocócica, Hepatite B, Febre-amarela, COVID-19, entre outras;
- Segundo ano de vida (12-23 meses): Reforços das anteriores + Sarampo, Rubéola, Caxumba e Varicela;
- Infância: continuidade das vacinas + Varicela, Febre-amarela, Hepatite B e COVID-19;
- Adolescentes: HPV, Meningite, Hepatite B, Difteria, Tétano, Sarampo, Rubéola e Caxumba;
- Adultos: Difteria, Tétano, Hepatite B, Febre-amarela, Sarampo, Rubéola e Caxumba;
- Profissionais de saúde: todas as vacinas essenciais + COVID-19;
- Pessoas idosas: Difteria, Tétano e Hepatite B.
As vacinas são administradas em diferentes momentos da vida, pois cada etapa apresenta características específicas que influenciam a resposta imunológica e o risco de exposição a determinadas doenças. Assim, é possível otimizar a proteção individual e coletiva contra diversas enfermidades.
Ah! E pode tomar mais de uma vacina no mesmo dia, sim, fica tranquilo. Isso não sobrecarrega o organismo, além de auxiliar na proteção de várias doenças de uma vez só.
Também é comum que algumas vacinas exijam mais de uma dose. E isso não tem nada a ver com a eficácia, viu? Pelo contrário: o esquema com doses adicionais ou de reforço é justamente o que garante uma proteção mais duradoura e eficaz ao organismo.
Quer saber qual vacina tomar e quando? Acesse o calendário vacinal completo por faixa etária no site do Ministério da Saúde
E aí, bora se vacinar?
Atualmente, o Ministério da Saúde realiza três grandes campanhas de vacinação por ano: a vacinação contra a gripe (Influenza); a multivacinação, voltada à atualização da caderneta de crianças e adolescentes menores de 15 anos; e a vacinação contra a Covid-19, que segue disponível durante todo o ano.
Mas e quem não conseguiu se vacinar durante as campanhas? Sem problema! Mesmo fora das datas, é possível — e necessário — se vacinar. Basta procurar a unidade de saúde mais próxima com seu cartão de vacinação (ou CPF) em mãos. Os postos seguem aplicando vacinas de rotina durante todo o ano, conforme o calendário nacional.
Fonte: https://vivamais.cemigsaude.org.br/desmentindo-mitos-vacinas-protegem-sim/